Jantar Secreto
Jantar Secreto
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(Créditos: @cheirinho_de_livro_novo) |
🍽️🩸 Prepare-se para um mergulho sombrio onde os limites da moral desaparecem entre garfadas e segredos.
Oi, leitores corajosos! Eu sou a Aly e hoje te convido para uma leitura que definitivamente não é para os fracos de estômago. Se você curte thrillers intensos, daqueles que deixam a mente acelerada e o coração na mão, Jantar Secreto, do Raphael Montes, vai te prender de um jeito que você nem imagina — ou melhor, vai te deixar pensando "o que foi que eu acabei de ler?".
Essa não é uma história leve, fofa ou reconfortante. É perturbadora, visceral e incrivelmente bem escrita. Um retrato chocante (e assustadoramente possível) dos extremos a que podemos chegar quando a sobrevivência se mistura com a ambição — e quando a fome não é só de comida.
No post de hoje, compartilho tudo o que senti durante essa leitura de tirar o fôlego: os momentos de tensão, os enjoos literários, os questionamentos éticos e, claro, a escrita poderosa que torna impossível largar o livro. Se você está pronto pra uma experiência que vai mexer com seus sentidos e desafiar seus limites... vem comigo descobrir por que Jantar Secreto é um prato que não se esquece tão cedo. 💀🍷
Ficha técnica:
- Título: Jantar Secreto
- Autor: Raphael Montes
- Gênero: Thriller/Suspense
- Editora: Companhia das Letras
- Número de páginas: 368
- Ano de publicação: 2016
- Classificação indicativa: +18
Sinopse:
Um grupo de jovens deixa uma pequena cidade no Paraná para viver no Rio de Janeiro. Eles alugam um apartamento em Copacabana e fazem o possível para pagar a faculdade e manter vivos seus sonhos de sucesso na capital fluminense. Mas o dinheiro está curto e o aluguel está vencido. Para sair do buraco e manter o apartamento, os amigos adotam uma estratégia heterodoxa: arrecadar fundos por meio de jantares secretos, divulgados pela internet para uma clientela exclusiva da elite carioca. A partir daí, eles se envolvem em uma espiral de crimes, descobrem uma rede de contrabando de corpos, matadouros clandestinos e grã-finos excêntricos, e levam ao limite uma índole perversa que jamais imaginaram existir em cada um deles.
Resenha:
Sabe aquele tipo de livro que você começa a ler achando que vai ser só mais uma história tensa, cheia de reviravoltas, e de repente você se vê completamente mergulhado em uma espiral de loucura, horror e questionamentos morais? Então… bem-vindo a Jantar Secreto, do Raphael Montes. Prepare-se, porque aqui não tem colher de chá, nem estômago que saia ileso.
A trama parte de um ponto quase “comum” pra muita gente: quatro amigos saem do interior do Paraná em busca de um futuro melhor no Rio de Janeiro. Jovens, sonhadores, cheios de planos e... sem grana. A realidade bate forte. O aluguel vence, as dívidas se acumulam e as promessas de sucesso ficam cada vez mais distantes. A solução? Um plano arriscado, bizarro e completamente fora dos padrões: jantares secretos para uma clientela muito, mas muito exclusiva. O menu? Bom… digamos que não é algo que você encontraria em nenhum restaurante Michelin.
E é aí que o livro começa a fazer aquilo que o Raphael Montes faz tão bem: levar o leitor para um lugar escuro, desconfortável, onde cada virada de página parece um soco no estômago. Literalmente, em alguns momentos. Porque Jantar Secreto não tem pudor. É gráfico, explícito, incômodo. E, ainda assim, você não consegue parar de ler. É aquele tipo de leitura que te prende como um pesadelo — você quer acordar, mas também quer saber onde aquilo tudo vai dar.
A narrativa, em primeira pessoa, coloca a gente dentro da cabeça de Dante, o protagonista. A escrita é ágil, quase cinematográfica, e os diálogos são realistas, o que deixa tudo ainda mais perturbador. A sensação é de que aquilo poderia, sim, estar acontecendo em algum canto escuro da realidade. É um retrato cruel (e extremamente crítico) de uma elite disposta a qualquer coisa por exclusividade e prazer, e de jovens que se veem empurrados para a marginalidade pelo simples fato de que sonhar custa caro demais.
Outro ponto que merece destaque é a construção da tensão. Montes dosa muito bem o ritmo da narrativa. Ele entrega as informações no tempo certo, brinca com as expectativas do leitor e guarda reviravoltas chocantes dignas de fazer cair o queixo. Quando você acha que a coisa não pode piorar, ela piora. E piora com classe. Porque tudo faz sentido. Não tem exagero gratuito: os absurdos são construídos com lógica, com coesão. E isso, talvez, seja o mais assustador de tudo.
Mas olha: esse livro não é pra todo mundo. Sério. Se você é sensível, impressionável ou não curte histórias que envolvem violência gráfica, temas pesados e situações moralmente perturbadoras, talvez seja melhor deixar essa leitura pra outro momento. Jantar Secreto exige preparo emocional. Ele não alivia, não romantiza, não “passa pano”. Ele esfrega na nossa cara o pior do ser humano — e faz isso com maestria.
Agora, se você curte thrillers intensos, daqueles que te fazem questionar seus próprios limites como leitor, esse livro vai te conquistar. Vai te deixar enojado, sim. Mas também vai te fazer pensar. E muito.
Citação favorita:
“A ideia de fundo do poço é um tanto consoladora. Quando você acha que chegou lá, só pode subir. Acontece que o fundo não existe, sempre pode ser pior.”
Avaliação:
⭐⭐⭐⭐(4 estrelas)
Sobre o autor:
Raphael Montes nasceu no Rio de Janeiro em 22 de setembro de 1990. Desde cedo, demonstrou interesse por literatura, influenciado por obras clássicas como Um Estudo em Vermelho, de Arthur Conan Doyle. Começou a escrever contos aos 13 anos, conquistando seus colegas com histórias de suspense. Formado em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Montes utilizou seu conhecimento jurídico para enriquecer suas narrativas, explorando perfis psicológicos e aspectos legais em suas obras.
Sua carreira literária teve início em 2009, com a publicação de contos em antologias policiais. Em 2012, lançou seu primeiro romance, Suicidas, que o levou à final de prêmios importantes como o Benvirá e o São Paulo de Literatura. Em 2014, publicou Dias Perfeitos, um thriller psicológico que o projetou internacionalmente, sendo traduzido em 22 países. Outras obras notáveis incluem O Vilarejo (2015), Jantar Secreto (2016), Uma Mulher no Escuro (2019), A Mágica Mortal (2023) e Uma Família Feliz (2024).
Além de escritor, Raphael Montes é roteirista e cocriador de produções de sucesso. Em parceria com a criminóloga Ilana Casoy, escreveu Bom Dia, Verônica, lançado em 2020 na Netflix, que se tornou um fenômeno internacional. Ele também atuou como roteirista nos filmes A Menina que Matou os Pais e O Menino que Matou Meus Pais (2021), que recontam o caso Richthofen a partir de perspectivas distintas.
Conhecido por suas narrativas intensas e psicológicas, Raphael Montes explora temas como obsessão, moralidade e os limites da mente humana. Sua escrita é marcada por reviravoltas surpreendentes e uma crítica social afiada, tornando-o um dos principais nomes do suspense brasileiro contemporâneo.
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