Vermelho, Branco e Sangue Azul
Vermelho, Branco e Sangue Azul
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(Créditos: @cheirinho_de_livro_novo) |
Bem vindos ao nosso cantinho literário! Eu sou a Aly e sabe aquele livro que todo mundo comenta e você fica com a curiosidade lá no alto pra saber se vale a pena? Pois bem, hoje vamos falar de um desses! Já imaginou como seria se o filho da presidente dos EUA se apaixonasse por um príncipe britânico? Pois é, essa é a premissa de "Vermelho, Branco e Sangue Azul", o romance que conquistou corações mundo afora! Com uma mistura deliciosa de política, comédia romântica e muito drama de realeza, Casey McQuiston nos entrega uma história cheia de diálogos afiados, personagens irresistíveis e momentos de tirar o fôlego. Então pega seu chá (ou seu café, sem pressa!) e vem com a gente conferir nossa resenha desse romance pra lá de envolvente!
Ficha técnica:
- Título: Vermelho, Branco e Sangue Azul
- Autor: Casey Mcquiston
- Gênero: Romance
- Editora: Seguinte
- Número de páginas: 392
- Ano de publicação: 2019
- Classificação indicativa: +16
Sinopse:
O que pode acontecer quando o filho da presidenta dos Estados Unidos se apaixona pelo príncipe da Inglaterra?
Quando sua mãe foi eleita presidenta dos Estados Unidos, Alex Claremont-Diaz se tornou o novo queridinho da mídia norte-americana. Bonito, carismático e com personalidade forte, Alex tem tudo para seguir os passos de seus pais e conquistar uma carreira na política, como tanto deseja. Mas quando sua família é convidada para o casamento real do príncipe britânico Philip, Alex tem que encarar o seu primeiro desafio diplomático: lidar com Henry, irmão mais novo de Philip, o príncipe mais adorado do mundo, com quem ele é constantemente comparado ― e que ele não suporta.
O encontro entre os dois sai pior do que o esperado, e no dia seguinte todos os jornais do mundo estampam fotos de Alex e Henry caídos em cima do bolo real, insinuando uma briga séria entre os dois. Para evitar um desastre diplomático, eles passam um fim de semana fingindo ser melhores amigos e não demora para que essa relação evolua para algo que nenhum dos dois poderia imaginar ― e que não tem nenhuma chance de dar certo. Ou tem?
Resenha:
"Vermelho, Branco e Sangue Azul", da autora Casey McQuiston, é um romance contemporâneo que mistura política, realeza e um romance LGBTQIA+ cativante, repleto de diálogos espirituosos e momentos tocantes. O livro ganhou grande popularidade não apenas por sua abordagem inovadora dentro do gênero de comédia romântica, mas também por seu foco em temas relevantes como identidade, aceitação e a superação de barreiras sociais e políticas. Com um tom leve e ao mesmo tempo instigante, McQuiston nos apresenta a história de Alex Claremont-Diaz, o filho da primeira mulher presidente dos Estados Unidos, e Henry, o príncipe da Inglaterra, cujos caminhos se cruzam em um evento inesperado, desencadeando uma série de eventos que mudarão suas vidas para sempre.
A trama se inicia com um incidente público entre Alex e Henry durante o casamento do irmão mais velho de Henry. Uma briga, capturada pelas câmeras e amplamente divulgada, ameaça uma possível crise diplomática entre os dois países. Para apaziguar a situação, é arquitetado um plano para que ambos finjam ser amigos, promovendo uma espécie de "aliança de mídia" para proteger as imagens públicas tanto da Casa Branca quanto da realeza britânica. O que começa como uma obrigação incômoda logo se transforma em uma amizade real, e essa amizade, por sua vez, evolui para algo muito mais profundo: um relacionamento romântico.
A construção do relacionamento entre Alex e Henry é o coração do livro, e McQuiston faz um excelente trabalho ao explorar suas emoções, vulnerabilidades e, principalmente, o peso das expectativas sociais que recaem sobre eles. Alex é carismático, confiante e determinado, mas também lida com questões sobre sua identidade, tanto como filho da presidente quanto como um jovem que começa a questionar sua sexualidade. A sua trajetória de autodescoberta ao longo do livro é uma das partes mais envolventes da narrativa, à medida que ele se confronta com seus sentimentos por Henry e com a possibilidade de ser alguém que ele não imaginava que poderia ser.
Henry, por outro lado, é mais introspectivo e reservado, preso nas rígidas expectativas da monarquia britânica. Ao contrário de Alex, que tem uma vida pública mais dinâmica, Henry vive sob o peso de tradições que limitam sua liberdade pessoal e emocional. A tensão entre esses dois mundos – o político e o monárquico – cria o pano de fundo perfeito para o desenvolvimento do romance, pois tanto Alex quanto Henry precisam encontrar uma maneira de conciliar seus desejos pessoais com as responsabilidades públicas que carregam. Isso dá ao relacionamento deles uma profundidade emocional que vai além do típico romance jovem-adulto, trazendo temas como sacrifício, dever e o que significa ser fiel a si mesmo em meio à pressão de estar constantemente sob os olhos do mundo.
O romance entre os dois é construído de forma gradual e genuína, com diálogos cheios de humor e momentos de ternura. A química entre Alex e Henry é inegável, e McQuiston faz um trabalho magistral ao capturar a evolução de sua relação, desde a desconfiança inicial até a cumplicidade e o amor. O livro também se destaca por sua leveza, repleto de diálogos afiados e espirituosos que mantêm a narrativa fluida e divertida, sem perder de vista os momentos mais sérios e emocionais.
A relação dos personagens com suas famílias também desempenha um papel importante na trama. Alex tem uma dinâmica interessante com sua mãe, a presidente Ellen Claremont, que é forte e decidida, mas que também tenta equilibrar o papel de mãe e líder de uma nação. A presença dela na vida de Alex é constante, e embora haja momentos de tensão entre os dois, fica claro que ela o apoia e deseja o melhor para ele. Já Henry vive sob a sombra da perda de seu pai e a rigidez da rainha, sua avó, o que o coloca em uma posição complicada, onde a tradição muitas vezes fala mais alto do que seus próprios sentimentos. Essas relações familiares ajudam a enriquecer o desenvolvimento dos personagens, tornando-os mais tridimensionais.
No entanto, apesar de todos os seus méritos, "Vermelho, Branco e Sangue Azul" não está isento de críticas. Um dos pontos que pode gerar desconforto para alguns leitores é a visão um tanto idealizada da política e das relações internacionais. A autora pinta um cenário onde a aceitação da sexualidade de Alex, bem como seu relacionamento com Henry, é abraçada de maneira relativamente tranquila, tanto pelo governo quanto pelo público. Embora seja reconfortante ver uma narrativa positiva em relação a questões LGBTQIA+, esse otimismo pode parecer excessivamente simplista para quem está mais familiarizado com as realidades políticas e sociais. A própria trama que envolve a política internacional entre os Estados Unidos e o Reino Unido parece, em alguns momentos, um tanto ingênua, como se os desdobramentos reais de um romance envolvendo figuras tão públicas fossem facilmente resolvíveis com grandes gestos românticos.
Além disso, "Vermelho, Branco e Sangue Azul" abraça muitos dos clichês tradicionais de comédias românticas, o que pode ser tanto uma força quanto uma fraqueza, dependendo do ponto de vista do leitor. Desde a "inimizade" que se transforma em amor, até o grande gesto dramático no final, o livro segue uma estrutura previsível que já foi explorada por inúmeras outras histórias de romance. Embora esses elementos façam parte do charme do gênero e agradem muitos leitores, aqueles que buscam uma narrativa mais inovadora ou que esperam grandes reviravoltas podem sentir que o livro oferece pouco nesse sentido.
A linearidade da trama também pode ser um ponto de crítica. Ao longo do livro, a história segue uma trajetória bastante clara e sem grandes surpresas, o que, embora reconfortante para quem busca uma leitura leve e prazerosa, pode deixar os leitores mais exigentes com uma sensação de que falta algo para tornar a história verdadeiramente memorável.
Por outro lado, o que realmente sustenta "Vermelho, Branco e Sangue Azul" é a sua capacidade de entreter e engajar o leitor. Mesmo com suas falhas, a escrita de McQuiston é encantadora e envolvente. Ela sabe como construir personagens com os quais o público se importa, e o romance central entre Alex e Henry é, sem dúvida, a maior força do livro. A mensagem positiva de que o amor pode superar barreiras e a celebração da diversidade sexual e afetiva tornam a leitura uma experiência agradável e acolhedora, especialmente para aqueles que buscam representações mais inclusivas no gênero de comédia romântica.
Em geral, ele é uma leitura leve e divertida, com personagens encantadores, um romance emocionante e diálogos afiados. Embora a visão idealizada da política e os clichês do gênero possam incomodar alguns, o livro compensa essas falhas com seu charme, sua representatividade e sua mensagem de amor e aceitação.
Opinião:
Citações favorita:
"É uma coisa estranha, perceber que você é o vilão da história de alguém."
"Você já se perguntou quem estaria ao seu lado se o mundo estivesse desmoronando?"
"Você ocupa meus pensamentos demais para me permitir pensar em qualquer outra coisa — você distrai minha mente não apenas o dia todo; mas invade meu sono. Encontro você em todos os sonhos — e, quando acordo, não consigo fechar os olhos de novo, de tanto que reflito sobre sua doçura."
Avaliação:
⭐⭐(2 estrelas)
Sobre a autora:
Casey McQuiston é uma autora norte-americana conhecida por seus romances contemporâneos que trazem personagens LGBTQIA+ e temas como autodescoberta, aceitação e amor. Ela ganhou grande visibilidade com seu romance de estreia, "Vermelho, Branco e Sangue Azul", lançado em 2019, que rapidamente se tornou um best-seller. O livro mistura comédia romântica e política, conquistando leitores por seu estilo leve e inclusivo, além de ter sido muito elogiado por representar uma relação LGBTQIA+ de forma positiva e cheia de humor.
Casey cresceu na Louisiana e, desde cedo, desenvolveu um amor por livros e histórias. Formou-se em jornalismo e trabalhou em diversas áreas antes de se dedicar completamente à escrita. Sua formação em jornalismo, inclusive, se reflete no estilo rápido e sagaz de seus diálogos. Ela sempre teve interesse em explorar narrativas que desafiem normas tradicionais, e sua escrita reflete uma busca por contar histórias de amor mais diversas e representativas.
Seu segundo romance, "One Last Stop" (2021), também foi muito bem recebido, mantendo o tom inclusivo, mas desta vez com um toque de ficção científica ao explorar uma história de amor entre duas mulheres, uma das quais está presa no tempo. A escrita de McQuiston é muitas vezes descrita como vibrante e bem-humorada, com diálogos ágeis e personagens que parecem saltar das páginas.
McQuiston é abertamente queer e usa suas próprias experiências e perspectivas para criar histórias onde as personagens LGBTQIA+ têm o espaço de protagonismo. Ela vive atualmente em Nova York e continua escrevendo histórias que misturam romance, leveza e representatividade.
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