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Mansão Gallant

resenha mansão gallant

(Créditos: @cheirinho_de_livro_novo)

Bem vindos queridos leitores! Eu sou a Aly e hoje vamos fugir um pouco da bolha dos romances clichês e fantasias feéricas para falarmos sobre a literatura gótica! Tem algo mais irresistível do que uma história que mistura mistério, mansões antigas e personagens complexos? E se eu te dissesse que Mansão Gallant, da V.E. Schwab, é tudo isso e muito mais? Quando peguei esse livro, sabia que estava prestes a embarcar numa jornada cheia de atmosfera sombria e personagens intrigantes, mas o que encontrei foi muito além do que eu esperava! 

Na resenha de hoje, vou compartilhar minhas impressões sobre a escrita da Schwab, o ritmo da história e, claro, se essa mansão vale a visita ou se é melhor deixar as portas trancadas. Prepare-se para uma conversa descontraída sobre fantasias sombrias, segredos familiares e, quem sabe, até um pouquinho de reflexão sobre pertencimento. Vem comigo descobrir se Mansão Gallant é o tipo de leitura que vai te prender na poltrona ou se a gente deve correr para longe dela! 📚✨


Ficha técnica:

  • Título: Mansão Gallant
  • Autor: V.E. Schwab
  • Gênero: Fantasia gótica
  • Editora: Galera
  • Número de páginas: 320
  • Ano de publicação: 2022 
  • Classificação indicativa: +15



Sinopse:

    Mansão Gallant, é uma história gótica e envolvente sobre um lugar onde as sombras encontram a luz e onde a morte encontra a vida. Leia com as luzes acesas (ou apagadas, se tiver coragem).

Olivia Prior sempre sonhou em ter uma família que se importasse com ela. Mas, em vez disso, ela está confinada na Escola Merilance para Garotas Independentes, com as suas governantas severas e com as outras alunas que a excluem por ser muda. Sua única fonte de conforto é o diário deixado pela mãe que nunca conheceu, com o qual consegue ter lampejos de uma vida desconhecida.

    Quando recebe uma inesperada carta de um tio, Arthur Prior, convidando-a para morar com ele na Mansão Gallant, Olivia imediatamente agarra a oportunidade. Porém, ao chegar em Gallant, ao invés de uma recepção calorosa, a garota é recebida com espanto. Além do mais, todos parecem viver com medo, e ninguém quer explicar o motivo para Olivia. Decidida a não abrir mão da família recém-descoberta, a jovem terá que desvendar, e enfrentar, os mistérios que envolvem como uma névoa a Mansão Gallant.



Resenha:

A fantasia sombria de V.E. Schwab se estabelece de forma poderosa em Mansão Gallant, uma obra que se apoia na força da ambientação gótica e na criação de uma protagonista envolvente e introspectiva. Publicado em 2022, o livro narra a história de Olivia Prior, uma jovem órfã que, após uma vida de isolamento em um orfanato opressivo, recebe uma carta misteriosa que a leva à mansão de sua família, Gallant. No entanto, o que poderia ser uma jornada em busca de pertencimento se transforma em um mergulho profundo nas sombras de um lar que guarda segredos além da compreensão.

A Mansão Gallant é apresentada como um espaço dual. De um lado, ela está ancorada no mundo material, um lugar onde Olivia busca as raízes de sua família e um possível lar. Por outro lado, a mansão esconde uma porta para outro mundo, um reflexo sombrio e distorcido do nosso, habitado por figuras que parecem personificações da morte. Essa divisão espacial reflete o próprio conflito interno de Olivia, uma jovem que nunca encontrou seu lugar no mundo e que, agora, se vê confrontada com um legado familiar assombrado por forças sobrenaturais.

O ambiente gótico é quase palpável, e Schwab sabe como usar a própria arquitetura da mansão para criar uma atmosfera de inquietação. Os salões decadentes, os jardins cheios de estátuas quebradas e as paredes que parecem guardar segredos são descritos de forma evocativa, o que faz com que o leitor sinta como se estivesse caminhando ao lado de Olivia. A mansão, mais do que um simples cenário, se torna uma personagem viva, cheia de história, dor e segredos.

Olivia Prior é, sem dúvida, uma protagonista única. Ela é muda, e Schwab explora essa característica de forma a ampliar a sensação de isolamento e alienação da personagem. Desde os primeiros capítulos, Olivia é retratada como alguém que está constantemente à margem, tanto no orfanato quanto no mundo. Incapaz de se comunicar verbalmente, ela aprende a observar e interpretar o mundo ao seu redor de maneiras diferentes, o que a torna uma personagem profundamente introspectiva e observadora. Isso faz com que a leitura seja um mergulho não apenas nos mistérios da mansão, mas também na mente e nas emoções de Olivia.

A relação de Olivia com o silêncio é tratada de forma sensível e cuidadosa. Em vez de ser uma fraqueza, sua incapacidade de falar é retratada como uma parte fundamental de quem ela é, moldando sua identidade e a maneira como ela interage com o mundo. Olivia se comunica através de um diário herdado de sua mãe, e as entradas desse diário oferecem vislumbres de seu passado e de seu estado emocional. É através dessas palavras escritas que conhecemos os pensamentos mais íntimos da protagonista, e isso cria uma conexão profunda entre ela e o leitor.

O relacionamento de Olivia com a Mansão Gallant também é central para a narrativa. Ela chega à propriedade na esperança de encontrar sua família, mas logo percebe que a mansão guarda mais segredos do que respostas. Sua busca por pertencimento é uma linha condutora da história, e isso ressoa com qualquer leitor que já tenha sentido a necessidade de encontrar seu lugar no mundo. No entanto, Olivia não é uma personagem passiva. Ao longo da trama, ela toma controle de seu destino, enfrentando as forças sombrias que ameaçam a mansão e descobrindo mais sobre si mesma no processo.

Um dos aspectos mais fascinantes de Mansão Gallant é a maneira como Schwab explora a dualidade entre a vida e a morte. A mansão, como mencionado anteriormente, é um espaço liminar, uma fronteira entre dois mundos. De um lado, está o mundo dos vivos, representado pela própria Olivia e sua luta para entender seu passado e encontrar um futuro. Do outro, está o mundo dos mortos, que aparece de forma literal e simbólica na narrativa.

A porta que separa esses dois mundos é um dos elementos centrais do enredo, e sua existência levanta questões interessantes sobre o que significa estar vivo e o que acontece após a morte. A ideia de uma mansão que atua como uma ponte entre esses dois estados de existência é tratada de forma poética e assustadora, e Schwab usa esse conceito para explorar temas mais amplos, como o luto, o legado familiar e o poder da memória.

Se há um ponto que pode dividir opiniões, é o ritmo da narrativa. Mansão Gallant não é um livro de ação rápida ou reviravoltas constantes. Schwab escolhe um ritmo mais lento e deliberado, concentrando-se na construção da atmosfera e no desenvolvimento emocional de Olivia. Para leitores que buscam uma trama cheia de eventos e ação, esse ritmo pode parecer arrastado em certos momentos.

No entanto, para aqueles que apreciam uma narrativa mais introspectiva, esse ritmo mais lento pode ser visto como um dos pontos fortes do livro. A tensão cresce de forma gradual, e o mistério em torno da mansão é revelado em camadas, o que mantém o leitor engajado, ainda que sem grandes explosões de ação. Schwab aposta na construção do suspense e no clima, e é preciso apreciar esse tipo de narrativa para extrair o máximo da experiência de leitura.

Um ponto que merece ser destacado é o final. Enquanto alguns leitores podem apreciar a conclusão poética e aberta, outros podem se sentir frustrados pela falta de respostas claras. Schwab deixa algumas questões importantes sem solução, o que faz com que o final tenha um toque de ambiguidade. Isso é intencional, refletindo o tom mais melancólico e misterioso do livro, mas não é algo que agradará a todos os leitores.

Além da dualidade entre vida e morte, Mansão Gallant também explora temas como pertencimento, família e o poder da memória. Olivia passa grande parte do livro em busca de um senso de identidade, tentando entender seu lugar no mundo e sua conexão com sua família. A ausência de uma família e a descoberta de seu passado são elementos que ressoam profundamente na narrativa, e Schwab os trata com sensibilidade.

A relação de Olivia com sua mãe, expressa através das entradas no diário, é particularmente tocante. O diário não é apenas um meio de comunicação, mas também uma âncora para Olivia, uma ligação com um passado que ela nunca conheceu completamente. Isso cria uma tensão emocional forte, à medida que Olivia tenta desvendar os segredos de sua mãe e, ao mesmo tempo, forjar seu próprio caminho.

Mansão Gallant é uma obra atmosférica, sombria e emocionalmente envolvente, que mistura elementos de fantasia gótica com uma exploração profunda dos sentimentos de isolamento, perda e busca por pertencimento. A escrita de V.E. Schwab é evocativa e poética, criando uma história que é tanto um mistério sobrenatural quanto uma jornada introspectiva. Embora o ritmo mais lento e o final ambíguo possam não agradar a todos, os leitores que apreciam uma narrativa atmosférica e personagens complexos encontrarão muito para admirar nesta obra.



Opinião:

Olha, o que dizer desse livro? Primeira coisa: ele é bem diferente do que eu esperava, de um jeito bom e, em alguns momentos, um pouquinho frustrante também. Não me entenda mal, a história é boa, a ambientação é incrível, mas fiquei com aquele gostinho de "queria mais" em alguns pontos.

Achei super misteriosa a parte da carta que ela recebe, já que do nada ela tem uma família e já me vi embarcando nessa jornada junto com ela pra descobrir tudo sobre esse pessoal que ela nunca conheceu.

Agora, o negócio é que a mansão em si é praticamente uma personagem. A casa tem uma vibe toda sombria e meio assombrada, o que deixa a gente com aquela sensação de que sempre tem algo esquisito prestes a acontecer. E não é só isso: tem todo um mundo paralelo ali, com uma porta que separa os vivos dos mortos. Achei esse lance da mansão estar entre dois mundos muito legal, bem no estilo gótico, sabe? Aquelas descrições que fazem você se sentir meio claustrofóbico, como se a mansão estivesse viva de verdade. Esse foi um dos poucos livros que me deixou desse jeito, ele mistura um pouco Coraline com Stranger Things.

A Olivia, como protagonista, é bem diferente do que eu costumo ver em outros livros. Ela é quieta, mas não no sentido de ser passiva. Na real, ela está sempre observando tudo e tentando entender onde se encaixa nessa história toda. E é impossível não simpatizar com ela. Ela passou a vida sem saber quem é sua família, e de repente se vê jogada nesse lugar cheio de segredos, então, é natural que ela se sinta perdida. Acho que a parte de busca por pertencimento dela me pegou muito, porque quem nunca se sentiu meio fora do lugar, né?

Agora, a parte que me deixou meio dividido: o ritmo. Olha, Mansão Gallant é um livro que vai beeem devagar, o que pra mim foi uma faca de dois gumes. Por um lado, eu gostei dessa construção lenta, porque vai criando uma tensão constante, mas por outro lado, eu esperava que em certos momentos a história engrenasse mais, sabe? Tem horas que parece que as coisas estão sempre prestes a acontecer, mas não acontecem na velocidade que eu queria.

E o final... bom, o final é bonito, mas deixa um monte de perguntas no ar. Confesso que gosto de finais mais fechados, então, fiquei um pouco frustrado. A Olivia tem uma jornada emocional legal e tudo mais, mas senti falta de mais respostas sobre os mistérios da mansão e do outro lado (aquele mundo dos mortos). Se você é do tipo que curte um final mais aberto, talvez vá curtir mais do que eu nesse sentido.

No geral, Mansão Gallant é uma leitura que eu recomendaria pra quem gosta de uma vibe mais sombria, cheia de atmosfera e com uma protagonista cativante. Não é o tipo de livro que você vai devorar em um fim de semana esperando altas emoções, mas é uma leitura que te pega pela ambientação incrível e pelos segredos que vai soltando aos poucos. Se você curte esse tipo de fantasia meio gótica e não se importa com um ritmo mais lento, é uma ótima pedida!

Enfim, foi uma experiência interessante, mas se tivesse um pouquinho mais de ação ou respostas, seria perfeito pra mim.


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Citações favoritas:

"A vida é feita de escolhas, e cada escolha é uma porta que se fecha."

"Às vezes, as coisas que mais tememos são aquelas que mais precisamos enfrentar."

"O silêncio é uma forma de expressão tão poderosa quanto as palavras."

"Pertencer a um lugar é uma busca incessante, e a casa é apenas o começo dessa jornada." 


 

Avaliação:

⭐⭐⭐⭐(4 estrelas)



Sobre a autora / o autor:

V.E. Schwab, nascida Victoria Schwab em 7 de julho de 1987, é uma autora americana que conquistou o coração de muitos leitores com suas histórias envolventes e atmosferas ricas. Nascida em Nashville, Tennessee, Schwab começou a escrever ainda na infância, mostrando um talento precoce para a narrativa. Desde então, ela tem se destacado na literatura de fantasia e ficção especulativa, escrevendo para jovens adultos e adultos.

Schwab publicou seu primeiro livro, The Near Witch, em 2011, e desde então não parou mais. Sua obra abrange uma variedade de gêneros, com ênfase na fantasia urbana e na fantasia gótica. Ela é especialmente conhecida por séries populares como A Darker Shade of Magic, que apresenta um mundo com várias versões de Londres e uma rica tapeçaria de magia, e Vicious, que explora a moralidade e o conceito de vilania em uma narrativa envolvente.

Com um estilo de escrita que mistura prosa lírica e personagens complexos, Schwab consegue criar atmosferas cativantes que atraem os leitores. Seus livros frequentemente abordam temas de identidade, pertencimento e a luta entre o bem e o mal, resonando profundamente com muitos.

Ao longo de sua carreira, V.E. Schwab recebeu diversos prêmios e indicações, consolidando sua posição como uma das autoras de fantasia mais influentes da atualidade. Seu trabalho é traduzido em várias línguas e frequentemente aparece em listas de best-sellers.

Em 2022, ela lançou Mansão Gallant, uma obra que mistura elementos de mistério e fantasia gótica, explorando a busca por pertencimento e a relação entre vida e morte. Esta obra mais recente mostra mais uma vez sua habilidade em criar narrativas intrigantes e atmosféricas.

Além de sua carreira como escritora, Schwab é ativa nas redes sociais, onde mantém uma conexão próxima com seus leitores, compartilhando atualizações sobre suas obras e reflexões sobre o processo criativo. Sua paixão pela literatura e pelo ato de contar histórias a tornou uma voz proeminente na literatura contemporânea, atraindo tanto fãs de longa data quanto novos leitores. Se você ainda não mergulhou em seus livros, definitivamente vale a pena explorar o universo mágico que ela cria!

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