Quincas Borba

Resenha Quincas Borba

(Créditos: @cheirinho_de_livro_novo)

📚✨ Olá queridos leitores, sejam bem vindos ao nosso cantinho literário. Eu sou a Aly e se você acha que herdar uma fortuna resolveria todos os seus problemas, talvez seja hora de conhecer Rubião, o protagonista de Quincas Borba. Imagine só: um humilde professor do interior que, do dia para a noite, se vê dono de uma enorme riqueza e, de quebra, responsável por um cachorro com o mesmo nome do falecido dono da herança – um filósofo excêntrico com ideias nada convencionais. Até aqui, parece que a vida de Rubião vai de vento em popa, certo? Mas espere só até você ver no que essa ascensão meteórica vai resultar!

Em seu clássico estilo repleto de ironia e humor afiado, Machado de Assis nos leva a uma jornada que é ao mesmo tempo divertida e trágica. Em meio a reflexões filosóficas do Humanitismo e um mergulho profundo na natureza humana, Rubião aprende da maneira mais difícil que nem tudo o que reluz é ouro – e que, às vezes, a batata pode ser quente demais para se segurar!

Então, pegue seu marcador de páginas, ajuste seus óculos literários e prepare-se para rir (e talvez até chorar) com nossa resenha de Quincas Borba. Vamos desvendar os segredos por trás desse clássico da literatura brasileira e descobrir juntos por que, nas palavras de Machado, 'ao vencedor, as batatas' nunca soou tão irônico!☕📖

Ficha técnica:

• Título: Quincas Borba
• Autor: Machado de Assis
• Gênero: Romance Realista
• Editora: Antofágica
• Número de páginas: 
• Ano de publicação: 1891
• Classificação indicativa: +14

Sinopse:

Quincas Borba narra a história de Rubião, um humilde professor de Barbacena, que herda a fortuna de seu amigo, o excêntrico filósofo Quincas Borba, após a morte deste. Com a herança, Rubião muda-se para o Rio de Janeiro e se vê subitamente elevado a um novo patamar social. Ao longo da trama, ele se envolve com personagens da alta sociedade carioca, como o casal Cristiano e Sofia Palha, e começa a se deslumbrar com sua nova vida.

Porém, Rubião não está preparado para lidar com a ambição, o poder e as manipulações das pessoas ao seu redor. Influenciado pelas ideias filosóficas de Quincas Borba, especialmente o “Humanitismo”, Rubião passa por uma transformação que o leva à decadência física e mental, culminando em sua ruína. A obra explora temas como a crítica ao materialismo, a hipocrisia social e as complexidades da natureza humana, sempre com a ironia e a sutileza características de Machado de Assis.

Resenha:

Quincas Borba, lançado em 1891, é uma obra complexa e multifacetada que reflete a maturidade literária de Machado de Assis e seu domínio do Realismo. Através da trajetória de Rubião, um homem simples que herda a fortuna e as ideias de Quincas Borba, o autor mergulha nas profundezas da alma humana, expondo as contradições e fraquezas que definem nossa existência.

O romance é, em muitos aspectos, uma continuação da crítica mordaz de Machado à sociedade brasileira do século XIX, iniciada em Memórias Póstumas de Brás Cubas. No entanto, enquanto Brás Cubas é mais voltado para a reflexão filosófica e o absurdo da condição humana, Quincas Borba se concentra nas consequências práticas do materialismo e da ambição desmedida.

Rubião, o protagonista, é um personagem trágico que, ao receber uma inesperada herança, passa de professor humilde a rico herdeiro, apenas para se perder em um mundo que não compreende completamente. Sua ascensão social é rápida, mas sua queda é ainda mais vertiginosa, impulsionada pela ingenuidade e pela manipulação daqueles ao seu redor, especialmente do casal Cristiano e Sofia Palha.

Machado de Assis constrói Quincas Borba com uma ironia refinada e um ceticismo profundo, características que se tornaram marcas registradas de sua obra. A filosofia do “Humanitismo”, que Quincas Borba prega antes de morrer, é uma crítica sutil às ideologias da época, como o positivismo e o darwinismo social, que justificavam a opressão e a desigualdade em nome do progresso. Rubião, ao tentar aplicar esses preceitos, acaba destruído, ilustrando a falácia dessas ideias quando levadas ao extremo.

A narrativa, entretanto, não se limita a uma crítica social ou filosófica. Machado explora também a psicologia dos personagens, revelando suas motivações mais íntimas e as contradições que os movem. Rubião, por exemplo, é tanto uma vítima de sua própria ambição quanto de sua falta de perspicácia. Já os Palha são retratados como oportunistas que, apesar de suas falhas morais, são produtos de uma sociedade onde o valor é medido pelo dinheiro e pela posição social.

Apesar de sua profundidade, Quincas Borba pode ser uma leitura desafiadora. A linguagem, ainda que rica e expressiva, pode parecer arcaica para leitores contemporâneos, e o ritmo lento da narrativa exige paciência. Além disso, o final, marcado pela loucura e pela decadência de Rubião, pode ser visto como uma resolução sombria e até mesmo anticlimática, deixando um sentimento de desesperança.

No entanto, é precisamente essa complexidade que torna Quincas Borba uma obra-prima. Machado de Assis não oferece respostas fáceis nem finais felizes; em vez disso, ele convida o leitor a confrontar as duras realidades da vida e da natureza humana. Para aqueles dispostos a aceitar esse desafio, o romance oferece uma experiência literária rica, repleta de insights sobre a condição humana e a sociedade.

Quincas Borba não é apenas um testemunho da genialidade de Machado de Assis, mas também uma obra que continua a ressoar com relevância e poder, desafiando cada nova geração de leitores a refletir sobre as ironias e tragédias que permeiam a vida.

Opinião:

Admito que eu só li esse livro por conta da declaração do Rubião que eu vi uma vez. Influenciável? Talvez (com certeza) KSKSKSKSKSKSKSK Mas admito que me surpreendi, não tenho costume de ler livros clássicos então a escrita dele foi bem pesada e massante pra mim, já que ele tem uma linguagem bem culta e um pouco chatinha. Muito conceito o Quincas Borba pessoa ter um cachorro chamado Quincas Borba KSKSKSKSKSKSKS E eu acho q o Quincas pessoa é um sensato, deixou toda a herança pro Rubião em troca dele cuidar do Quincas cachorro. Peguei raiva da Sofia, essa songa monga besta chata q é casada e fica dando moral pra outros machos por puro interesse. Por mais que tenha sido um livro complicadinho de ler, em algumas cenas ele realmente prendeu minha atenção. Como eu amei quando eu vi, vou escrever a frase que me fez ler esse livro: "A noite é clara; fiquei cerca de uma hora, entre o mar e a sua casa. A senhora aposto que nem sonhava comigo? Entretanto, eu quase que ouvia sua respiração. O mar batia com força, é verdade, mas o meu coração não batia menos rijamente; com está diferença que o mar é estúpido, bate sem saber por quê, e o meu coração sabe que batia pela senhora." GENTE SÉRIO O QUE É ISSO????? PEDIDO DE CASAMENTO?? SE FOR EU ACEITO RUBIÃO EU ACEITO!!!!! Surtei muito quando finalmente cheguei nessa parte depois de 172 páginas. Admito que eu curti mas depois de um tempo a história fica sem graça porque não muda muita coisa e tudo fica repetitivo. Mas eu gostei, leria de novo futuramente.

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Citações favoritas:

"Ao vencedor, as batatas."

"A vida é uma enorme loteria; os prêmios são poucos, os zeros é que são muitos."

 "O destino gosta de brincar conosco. Um instante, um simples instante, uma palavra apenas, transforma um grande acontecimento em coisa nenhuma."

 

Avaliação:

⭐⭐⭐⭐(4 estrelas)

Sobre o autor:

Machado de Assis, nascido Joaquim Maria Machado de Assis em 21 de junho de 1839, no Rio de Janeiro, é amplamente reconhecido como um dos maiores escritores da literatura brasileira e mundial. Filho de um pintor mulato e de uma lavadeira, Machado cresceu em um ambiente humilde, o que não impediu seu desenvolvimento intelectual e literário. Sua origem humilde e a condição de ser mestiço num Brasil escravocrata e profundamente desigual marcaram sua vida e obra, mas não o impediram de se tornar um dos intelectuais mais respeitados de sua época.

Autodidata, Machado de Assis começou sua carreira como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional, onde teve acesso a uma vasta gama de leituras que moldaram seu estilo e pensamento. Ele também trabalhou como funcionário público, jornalista e crítico literário, áreas em que demonstrou grande talento.

A obra de Machado de Assis é dividida em duas fases principais: a fase romântica e a fase realista. Na primeira fase, ele escreveu romances como Ressurreição (1872) e Helena (1876), que ainda trazem elementos do romantismo, como o sentimentalismo e o idealismo. No entanto, é na fase realista, a partir da publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), que Machado de Assis alcança seu auge literário. Nesse período, ele adota um estilo mais irônico, cético e introspectivo, explorando a complexidade psicológica de seus personagens e criticando a hipocrisia social e as desigualdades de sua época.

Entre suas obras mais importantes estão Dom Casmurro (1899), que conta a ambígua história de amor e ciúmes de Bento Santiago e Capitu; Quincas Borba (1891), que satiriza o materialismo e a ambição humana; e Memorial de Aires (1908), seu último romance, que reflete sobre a velhice e a solidão.

Além dos romances, Machado de Assis também foi um prolífico contista, poeta e dramaturgo. Sua prosa é marcada por uma linguagem sofisticada, uso frequente da ironia e uma habilidade excepcional para explorar as nuances psicológicas de seus personagens. Ele é considerado um precursor do modernismo e do realismo psicológico na literatura, influenciando diversas gerações de escritores.

Machado de Assis foi um dos fundadores e o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras, onde ocupou a cadeira número 23. Ele morreu em 29 de setembro de 1908, no Rio de Janeiro, deixando um legado literário que continua a ser estudado e admirado no Brasil e no exterior.

Sua obra, que trata de temas como o poder, a vaidade, a loucura, a ambição e as complexidades das relações humanas, é universal e atemporal, o que garante a Machado de Assis um lugar de destaque na história da literatura mundial.